O trabalho social com crianças na rua demanda a mobilização de um conjunto diversificado de saberes, competências, habilidades e, sobretudo, sensibilidade humana. Nesta obra, o autor nos oferece uma importante contribuição de corte antropológico. Suas reflexões nos advertem que os ritos, socialmente instituídos, são potenciais fontes de conflitos nos processos de sociabilidade dos jovens que habitam e transitam em subuniversos vazados por valores sociais e dinâmicas organizacionais distintas e, às vezes, divergentes. Um desafio é, por meio do desvendamento dos ritos, encontrarem as identidades entre o mundo livre dos "protegidos" e as assustadoras vielas dos "protetores". O desvendamento desta equação, certamente, lançará novas luzes no complexo trabalho social que objetiva resgatar das armadilhas do infortúnio, adolescentes privados de horizontes cívicos e de possibilidades de vida humanizada. Esta obra reclama um cuidado especial para a apreensão dos intricados enigmas que conformam os subuniversos da rua e da organização social onde o adolescente transita, quase sempre, sem opções.