A ciência da comunicação começa com Husserl. O criador da fenomenologia é o primeiro a pensar a comunicação como algo que nos atinge, que nos impacta. E, para apreendê-la, precisamos nos colocar aquém de qualquer engajamento e vê-la "como espetáculo". Só assim não estrangularemos o fenômeno com nossa interferência apropriadora e destrutiva. Merleau-Ponty aprimora Husserl, dizendo que nosso olhar não está isolado e nossa percepção das coisas ocorre numa imersão na "carne do mundo", da qual somos parte. Mas será Henri Bergson quem irá reintroduzir na observação do mundo a precedência do movimento. Revitalizando o pré-socrático Heráclito, diz que tudo é movimento contínuo e as coisas têm de ser captadas durante sua ocorrência. Ficando na sua escuta, procurando apreender aquilo que governa todas as coisas, como dizia Heráclito, teremos a oportunidade de assistir à ocorrência do evento comunicacional. Estes autores são os pioneiros. Eles pavimentarão a estrada que nos vai conduzir, no final desta obra, a uma nova teoria da comunicação.