“Angola, a mais portuguesa de todas as colônias.” Nos três primeiros quartos do século passado, essa sentença foi utilizada à exaustão. Publicistas e viajantes, missionários e portugueses de toda sorte repetiram-na, por aprendizado ou crença. Observadores estrangeiros, entre cumplicidade e ironia, subsumiram-na do discurso daqueles. Por um lado, era uma fórmula de síntese, em que se condensavam duas narrativas: a de uma longa história de contato, que perdurou por um séculos, e a de uma breve história de presença, que não durou mais do que um punhado de décadas. Por outro lado, exprimia do medo particular ideias autodesdobramento e de incorporação, comuns à encenação do drama colonial em outros quadrantes africanos. Qual matrioska de palavras, encaixava corpos distintos no bojo dum corpo vazio. Passadas quase quatro décadas do termo do fato a que remetia, seus efeitos gerias ainda estão longe da total diluição. Em Portugal e em Angola, seus sinais, visíveis, estão um pouco por toda parte. E é por isso, antes de tudo, que o objeto deste trabalho consiste em dizeres desse tipo. Empreender um mergulho nas representações que os coloniais legaram com relação à Angola daquele período é, portanto, seu objetivo, dando ênfase às suas visões do espaço e das populações locais, mas, sobretudo, à sua autorrepresentação e à emergência de uma identidade que acabaria duplamente deslocada com o fim da trágica utopia modernizadora do colonialismo.
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Autor |
Diego Ferreira Marques |
Editora |
CULTURA ACADÊMICA EDITORA |
Idioma |
PORTUGUÊS |
Encadernação |
Brochura |
Páginas |
494 |
Ano de edição |
2014 |
Número de edição |
1 |