A autora retrata os meandros do funcionamento do Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto (Imlap) do Rio de Janeiro e os modos de tratar os falecidos, buscando desvendar como se pode "matar o morto", ou seja, como é desenvolvido um conjunto de procedimentos que visam identificar o corpo e a causa de sua morte. Flavia Medeiros articula a capacidade de estranhar com a possibilidade de ser afetado pelo "campo", permitindo ao leitor compreender como conseguiu realizar a pesquisa num local pouco comum. Do mesmo modo, permite ver como os funcionários do Imlap, mesmo tão acostumados a lidar com cadáveres, são também afetados pelos mortos, por suas histórias e relações sociais.
Os processos institucionais de identificação de cadáveres, analisados pela autora, possibilitam pensar sobre o papel social dos mortos, que não se restringe a indicar a transitoriedade da vida, mas principalmente aquilo que os mortos falam aos vivos: o indivíduo não está só.
Ritos e cuidados revelados demonstram que a posição social do morto explica que há vida após a morte, o isso não tem a ver com crenças na ressureição ou reencarnação, mas com a recomposição de tramas sociais nas quais todos estão envolvidos.
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Autor |
Flavia |
Editora |
EDUFF |
Idioma |
PORTUGUÊS |
Encadernação |
Brochura |
Páginas |
221 |
Ano de edição |
2016 |
Número de edição |
1 |