O livro traz ao leitor a face permanente, ou "disciplinada” como chama a autora, de Darcy Ribeiro: em especial, seu trajeto no Serviço de Proteção aos Índios (SPI), em período de grande efervescência intelectual. Mas recupera ainda outras faces constantes no percurso deste antropólogo inquieto, como a caminhada com sua companheira de vida e de antropologia Berta Gleiser, a sua formação na Escola Livre de Sociologia e Política de São Paulo (ELSP) e os seus "fazimentos” inovadores para a administração pública brasileira.
O volume está dividido em quatro capítulos. Os dois primeiros são construídos de forma cronológica, ao passo que os dois últimos têm um enfoque temático sobre a vida e a obra de Darcy Ribeiro. No primeiro capítulo, a autora localiza o personagem e sua companheira, explora o cenário intelectual da antropologia brasileira a partir da institucionalização das ciências sociais no país, movimento que ganha força com a criação da ELSP, onde Darcy Ribeiro concluiu sua formação como bacharel.
No segundo capítulo, a autora detém-se na relação de orientação de longa duração com Herbert Baldus, professor de etnologia brasileira, discernindo continuidades e rupturas ao longo deste contato acadêmico e conduzindo seu enfoque sobre o percurso profissional de Darcy Ribeiro no SPI, onde é admitido por indicação de Baldus.
No terceiro capítulo, Carolina Arouca apresenta as principais teses e diagnósticos de Darcy Ribeiro como etnólogo do SPI. A redução demográfica, as denúncias sobre a crise sanitária que assolou grupos indígenas inteiros e as consequências do contato cada vez maior entre indígenas e não indígenas são alguns dos temas abordados por ele tanto na documentação oficial do SPI quanto na sua produção intelectual.
O quarto e último capítulo é dedicado aos "fazimentos", às ações institucionais de Darcy Ribeiro no campo da antropologia, tanto no SPI quanto na elaboração de políticas públicas de assistência ao indígena brasileiro na década de 1950. As seções do capítulo correspondem a suas iniciativas institucionais: as pesquisas realizadas sobre as relações raciais entre indígenas e não indígenas para a Unesco, combinadas ao desenvolvimento do projeto para a criação do Parque Indígena do Xingu (PIX); o processo de criação do Museu do Índio, o Curso de Aperfeiçoamento em Antropologia Cultural, a carreira docente de Darcy Ribeiro na Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil (FNFi) e sua atuação na Associação Brasileira de Antropologia (ABA); além de um balanço de sua produção científica no SPI, de 1947 a 1956.
Fruto de pesquisa em diversos tipos documentais e resultado de pesquisa de doutorado defendida no Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), a obra é um perscrutar nos caminhos discursivos e práticos da trajetória multifacetada deste intelectual, político e indigenista, cuja voz, mesmo que contraditória, deixa marcas indeléveis na defesa dos direitos indígenas e na denúncia de processos históricos violentos que se veem até os dias atuais.
Código: |
L004-9786557081914 |
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Autor |
Carolina Arouca Gomes de Brito |
Editora |
EDITORA FIOCRUZ |
Idioma |
PORTUGUÊS |
Encadernação |
Brochura |
Páginas |
204 |
Número de edição |
1 |