Diante do significativo aprimoramento das técnicas de engenharia genética, que tornaram possível a edição do genoma de qualquer organismo vivo, surgem novas preocupações, pois o seu uso indiscriminado e irresponsável pode trazer possíveis danos irreversíveis à saúde humana e ao meio ambiente, pode até mesmo aprofundar desigualdades e discriminações sociais. Nesse sentido, um dos principais receios é a retomada do pensamento eugenista, que povoou por diversas vezes a imaginação da humanidade. Por esse motivo, neste livro serão investigadas as possíveis aplicações práticas das mais atuais técnicas de edição genética à luz dos princípios bioéticos, dando ênfase ao princípio da dignidade da pessoa humana e procurando responder a seguinte questão: quais devem ser os limites à edição do genoma humano em linha germinativa, de modo a respeitar a dignidade da pessoa humana e os princípios bioéticos, evitando consequências sociais desastrosas?