Quando Giovanni Boccaccio, aos 37 anos, escreveu a primeira e mais longa versão deste Pequeno tratado em louvor de Dante, por volta de 1351, Dante Alighieri havia morrido apenas trinta anos antes. Sua fama já era grande, sobretudo devido à Divina comédia, de que cópias manuscritas circulavam de mão em mão (a imprensa só seria inventada um século mais tarde). Mas essa fama era dúbia, pois muitos, por um lado, condenavam Dante por ter escrito obra de assunto tão elevado em linguagem popular, a “língua vulgar”, o italiano que Boccaccio aqui chama de “nosso idioma florentino”, e não em latim – e dentre estes figurava, inicialmente, o próprio Petrarca; enquanto outros, por outro lado, criticavam-no por suas ideias e sua conduta políticas: Dante foi condenado à morte em Florença, sua casa foi saqueada e, em Bolonha, seu livro Monarquia foi queimado em praça pública por autoridades do momento.
Boccaccio admirava Dante – e especialmente a Comédia – desde seus primeiros estudos, e o admirou durante toda a vida, tendo morrido em meio à elaboração de vastos comentários sobre o grande poema, de que fazia leituras públicas em Florença, por conta da comuna, na igreja de Santo Estêvão de Badia: foi seu primeiro grande comentador. Porém, mais do que admirá-lo, Boccaccio foi o primeiro a entender o alcance, a grandeza e a singularidade da obra de Dante.
Este Pequeno tratado em louvor de Dante demonstra, de maneira singela, aquela admiração e aquele entendimento. Nele se vê, por primeira vez associada ao poema, aquela qualificação que depois já não mais se dissociaria dele: divina.
(Trecho da apresentação de Gonçalo de Barros Carvalho e Mello Mourão)
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Autor |
Giovanni Boccaccio |
Editora |
L&PM |
Idioma |
PORTUGUÊS |
Encadernação |
Brochura |
Páginas |
152 |
Ano de edição |
2021 |
Número de edição |
1 |