Leonor Xavier mostra como é possível fazer de um ''sombrio assunto'' motivo de fruição estética para o leitor.Nessa viagem que a autora realiza para dentro de si mesma, a partir do momento em que percebe ter sido invadida por um corpo estranho, o que mais impressiona, além do infausto episódio que deu origem ao livro, é a qualidade da linguagem com que narra a experiência vivida. Leonor Xavier mostra como é possível fazer de um ''sombrio assunto'' motivo de fruição estética para o leitor. E é aí que sua narrativa deixa de ser um registro factual, um relato jornalístico, para ser literatura. Quem já passou por isso, como eu, sabe como é difícil expressar as nuances e variações desse turbilhão de sentimentos despertados por uma situação-limite em que é inevitável a perspectiva da morte. Como recomendava João Cabral de Melo Neto, ele mesmo o melhor exemplo do que aconselhava (''Sem perfumar sua flor/ Sem poetizar seu poema''), Leonor não dramatiza seu drama. O câncer abala, desestabiliza, mas não consegue tirar dela o otimismo, a esperança nem o bom humor, usado na medida certa. Nem quando recebeu por telefone o ''veredito'', em meio a um almoço com amigos, ''não calei nem disfarcei, nem apaguei a notícia''. Apenas disse em voz baixa para alguém a seu lado: ''Estou com um câncer''. Esse é o estilo de Leonor, que abre mão das hipérboles, das exclamações e dos espantos retóricos. Em suma, Passageiro clandestino é o livro sobre um mal, mas que faz bem a quem o lê. Espero que tenha acontecido o mesmo a quem o escreveu com tanto talento e sensibilidade.Zuenir Ventura
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| Autor | Leonor Xavier |
| Editora | AUTÊNTICA |
| Idioma | PORTUGUÊS |
| Encadernação | Brochura |
| Páginas | 160 |
| Ano de edição | 2015 |
| Número de edição | 1 |

