O cinema tendo se apoderado do imaginário do espectador, satisfazendo a seu desejo de identificação, qual seria, então, o lugar do teatro na cena contemporânea? Um tema que vem se propondo cada vez mais ao exame crítico moderno é o do estatuto do teatro no contexto globalizado e tecnocentrado da contemporaneidade e, nesse sentido, é valiosa a reflexão que este volume da coleção Debates, traduzido por Fátima Saadi, leva ao leitor de língua portuguesa. Trata-se de responder à questão: O Teatro é Necessário? Para tanto Denis Guénoun acompanha, ao longo da história do teatro, a formação e as modificações do conceito de identificação com o personagem, tanto por parte do ator quanto do espectador. Na Antigüidade, a mimese não supunha a identificação, que se esboça a partir da releitura renascentista da Poética de Aristóteles e encontra seu ápice no naturalismo do fim do século XIX. Diderot, Stanislávski e Brecht são tomadoscomo marcos na discussão sobre a ilusão no teatro, redirecionada com o surgimento do cinema que, ao se apoderar do imaginário do espectador, satisfazendo a seu desejo de identificação, torna ainda mais evidente a vocação do teatro para o jogo, para o fazer compartilhado entre atores e espectadores, capaz de articular de modo produtivo a estética, a ética e a política.
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Autor |
Denis Guenoun |
Editora |
PERSPECTIVA |
Idioma |
PORTUGUÊS |
Encadernação |
Brochura |
Páginas |
168 |
Ano de edição |
2004 |
Número de edição |
1 |