Atravessar a porta escancarada deste livro-porrada de Renata Flávia é uma coragem frente ao extremo perigo em que estamos. O que ela nos apresenta é a insurgência política de como dispor-se ao imprevisto e ao aparentemente incomum: dançar sem sapatos, roçar com força corpos estranhos e tocar o indecifrável. Essa é a dimensão inaudita quando se está diante de um vocabulário que nunca é o mesmo, quando o que inscreve é um enfrentamento inconstante ao poema: nem discurso, nem ciência. O que se lê aqui não é mais uma questão de saber, mas sim aquilo “que zomba e arde”, alguma coisa secreta que até pode existir, mas em contradito, por causa do erro até o infinito. Pés na terra destruída e um passo a mais na demora da palavra entre o matema e o amor, sem sentimentalidades, entre a montagem e a desmontagem de um entendimento visceral do quanto a poesia não pode dizer: “o poema que nunca será escrito/ é o único que deve ser lido/ o resto é uma busca/para preencher esse vazio”. descalça na gig é roquenrou impuro.
Manoel Ricardo de Lima
| Código: |
L002-9786561280969 |
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| Autor |
Renata Flávia |
| Editora |
MÓRULA EDITORIAL |
| Idioma |
PORTUGUÊS |
| Encadernação |
Brochura |
| Páginas |
60 |
| Ano de edição |
2025 |
| Número de edição |
1 |