Os artigos neste volume demonstram que, embora os livros didáticos tenham recebido, nos últimos anos, maior atenção de autores e editores na direção de propostas de ensino mais responsáveis, continuam centrados nas práticas letradas da cultura da escrita, cujos resultados parecem, segundo o desempenho de alunos de Ensino Médio nas avaliações institucionais, não estar preparando os alunos para a vida cidadã – como querem os referenciais de ensino. O primeiro deles, de autoria de Batista, comenta em detalhes os efeitos – desejáveis e indesejáveis – que o processo de avaliação dos livros no PNLD tem provocado: desde a concentração da produção editorial em grandes empresas do sul/sudeste do país até um efeito de cristalização de modelos de manual didático que tem relação muito direta com as propostas de letramento aqui comentadas.
O artigo de Rojo realiza a síntese do perfil didático-pedagógico das propostas de letramento dos LDs. Seguem-se a ele artigos dos vários autores, comentando em maiores detalhes aspectos da abordagem dada pelos LDs aos diversos componentes de ensino de Língua Portuguesa, nos eixos do uso e da reflexão sobre a língua e a linguagem.