Nesta obra tenho como referência Nietzsche e seu ponto de inflexão junto à filosofia ocidental, de onde busco fazer um levantamento do que convencionei dizer de ‘teoria do conhecimento’. Esta ‘teoria do conhecimento’, apesar do filósofo insistir em dizer que não tinha uma filosofia sistemática, pode ser apreendida quando ele busca entender o conhecimento e a filosofia em determinado molde apresentado pelos pré-socráticos, onde a razão e a ciência não tinham quaisquer respaldos comuns. Dessa maneira, o estado de guerra reinante entre os opostos daria o teor de uma constatação filosófica. Ademais, é daí, também, que surgirá sua construção filosófica, na qual se tenta resgatar o momento em que as verdades de agora se instituíram e assim ficaram. Para o filósofo podemos dizer que este respaldo seria o Logos heraclitiano, isto é, um tipo de conhecimento que lida com o sentido da multiplicidade e da transformação, e sendo, ao mesmo tempo, início e fim das coisas (eterno retorno do mesmo), tal como acontece no fenômeno de nascimento e morte das estrelas no espaço sideral, de um ponto de vista mais moderno. Numa palavra, a possível teoria nietzscheana busca fazer uma inflexão na teoria do conhecimento iniciada nos diálogos de Sócrates e que tem em Platão e, posteriormente, numa outra direção, em Aristóteles, os eternizadores deste processo racional de conhecimento.