O livro de Julio Lucchesi é uma investigação que vai ao centro do mundo do financiamento e da gestão da cultura na Primeira República, figurando como uma contribuição fundamental para a compreensão do nascimento da cultura de massas no Brasil. Cachês de atores, preços de bilhetes de teatros e cinemas, salários de professores de piano, alugueis de salões de baile, cotizações de sociedades carnavalescas: todos os tipos de fontes contábeis são percorridas para a composição de uma abordagem material da cultura que lança nova luz aos debates estéticos e ideológicos do período.
No coração desse sistema encontramos grandes mecenas e empreendedores culturais de origem modesta. O cruzamento dessas distintas trajetórias forma o universo do espetáculo carioca e paulistano. O desenvolvimento das indústrias culturais brasileiras não mascara, contudo, as forças e estratégias de distinção e de exclusão social.
Sociedades Culturais, Sociedades Anônimas mostra de forma brilhante que apesar da retórica nacionalista, a Economia da Cultura da Primeira República brasileira cresceu sob forte dependência de produções e capitais estrangeiros e foi marcada pela velha lógica tradicional das elites do país – ostentatória, aristocrática e profundamente desigual. Luxo mais que lucro: é, paradoxalmente, para o valor simbólico dos produtos culturais que apontam as conclusões deste fascinante livro.
Anaïs Fléchet
Professora na Universidade de Versailles Saint-Quentin-en-Yvelines
Código: |
L004-9788579394881 |
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Autor |
Julio Lucchesi Moraes |
Editora |
ALAMEDA EDITORIAL |
Idioma |
PORTUGUÊS |
Encadernação |
Brochura |
Páginas |
452 |
Ano de edição |
2020 |
Número de edição |
1 |