Este livro é singularmente revelador de costumes políticos que ainda prevalecem nas nossas sociedades de hoje. Essa vasta sociologia do poder republicano mostra como, no decurso de um milênio, os descendentes de pastores ignorantes criaram a cidade romana e estenderam-na para além das fronteiras do mundo conhecido. O autor pretende provar, sobretudo, que o preço a ser pago pela edificação daquele império foi a rejeição da democracia. Uma democracia, entretanto, que a evolução das circunstâncias socioeconômicas da Roma republicana teria tornado possível, pois a história da República é a do paradoxo representado pela dominação de algumas famílias sobre todo um povo que pretendiam representar. Este livro não é novo apenas pelo seu tema; o autor reserva uma parte privilegiada ao estudo das mentalidades. A atitude dos romanos em relação ao suicídio ou à sexualidade é inseparável das suas lutas políticas. Penetramos, dessa forma, no inconsciente de uma sociedade. O autor mostra-nos a cada passo o quanto os romanos e a República estão próximos de nós nas suas lutas, angústias e esperanças.