No mundo do Antigo Regime as cerimônias constituíam um assunto muito sério, pois através delas eram veiculadas algumas das mais fundamentais crenças em que assentava o viver comunitário. A festividade recriava, de forma alegórica, a ordem estabelecida e a hierarquia vigente, contribuindo decisivamente não só para a confirmação dessa mesma ordem, mas também para a sua perpetuação. A festividade selava compromissos, confirmando direitos e instaurando deveres para todos aqueles que nela participavam.
O presente estudo incide sobre o “tempo dos Filipes”, o período em que Portugal esteve agregado à Monarquia Hispânica. Na linha dos trabalhos de Fernando Bouza Álvarez, de Diogo Ramada Curto ou de Alcir Pécora, Ana Paula Torres Megiani explora as configurações do cerimonial festivo organizado durante a época moderna. Incidindo nas jornadas régias de 1581 e de 1619, o presente estudo demonstra, de forma cabal, que o cerimonial permite a abordagem de campos de estudo bastante diversos. A autora capta, com grande eficácia, a panóplia de linguagens – poesia, oratória, teatro, arquitetura, pintura, escultura, música, dança – mobilizada para esses eventos, demonstrando que, nas festas realizadas em 1581 e em 1619, os portugueses conseguiram combinar os gestos de submissão com as demonstrações de particularismo político.
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Autor |
Ana Paula Torres Megiani |
Editora |
ALAMEDA EDITORIAL |
Idioma |
PORTUGUÊS |
Encadernação |
Brochura |
Páginas |
328 |
Ano de edição |
2004 |
Número de edição |
1 |