O mito fundador da cidade de Niterói vem há séculos estimulando a criação de histórias, lendas e narrativas fantásticas a respeito do índio Arariboia no imaginário popular. Simultaneamente, percebe-se que o processo de apagamento e de negação desse passado indígena permaneceu, assim como se manteve a alcunha "Niterói, terra de índio", que se foi fixando como uma expressão pejorativa.
Este livro propõe, por meio de histórias da cidade e de seus moradores, de memórias e processos de construção identitária e cultural, realizar uma análise dos conflitos e disputas em torno das representações sociais de Arariboia que vêm sendo reconfiguradas na contemporaneidade, buscando compreender os vínculos afetivos e históricos entre a população niteroiense e seu mito fundador estabelecidos em um contexto pós-colonial.
A análise de questões decorrentes do processo civilizatório colonialista que, ainda hoje, contribuem para que processos de invisibilidade, apagamento e negação da cultura e origens indígenas se perpetuem em nosso cotidiano mostra-se especialmente relevante no atual contexto brasileiro, marcado por retrocessos e conservadorismos que se instauram nos mais diversos campos – principalmente no que diz respeito às causas indígenas.
Sobre a autora: Lia Bastos é graduada em produção cultural e tem mestrado em Cultura e Territorialidades pela UFF, com pesquisa direcionada a estudos referentes à representação, memória, identidade e pós-colonialismo. Participou como aluna de iniciação científica em pesquisas relacionadas à produção artística de Niterói e no mercado profissional da produção cultural em seus mais diversos segmentos artísticos. É produtora cultural na UFRJ, foi vinculada ao Laboratório de Estudos sobre Tradições (Letra/UFCG) de 2013 a 2016 e participa do Grupo de Estudos sobre Comunicação, Cultura e Sociedade (Grecos/UFF) desde 2013.
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Autor |
Lia Vieira Ramalho Bastos |
Editora |
EDUFF |
Idioma |
PORTUGUÊS |
Encadernação |
Brochura |
Páginas |
216 |
Ano de edição |
2018 |
Número de edição |
1 |