A crise da razão, novo livro de Gilvan Fogel, é revelador de como o filósofo trabalha, tocando insistentemente na mesma tecla e fazendo com que, nesse toque, as questões reverberem e se alarguem de tal maneira que, a partir de suas repetições, de seu eco, elas mesmas tomem conta dos leitores que a elas porventura se entreguem.
Tais questões giram em torno da crise de nossa época, da crise da razão, que se dispõe a todo aquele que, em cultivando sua própria solidão, com ela convive extraindo daí seus temas fundamentais, tais como “liberdade”, “arte”, “criação”, “história”, “verdade”, “existência”, “temporalidade”, entre tantos outros que emergem dessas páginas tecidas e entretecidas por um artesão que, com o passar dos anos, torna-se mais empenhado ainda em tocar na mesma tecla, sempre recomeçando, de modo a perfazer um percurso prenhe de alternativas que lhe são confiadas.