Neste livro, a antropóloga Rita Segato, uma das mais respeitadas pensadoras da atualidade,
analisa a lógica da violência de gênero, apresentando-a como parte integrante das
engrenagens simbólicas que sustentam as relações de poder na sociedade. Em uma
abordagem que combina rigor acadêmico e urgência política, Segato convida a uma leitura
que ultrapassa as análises superficiais que tentam explicar atos violentos como desvio
individual ou patologia. Em vez disso, a autora demonstra como a violência está
intrinsecamente ligada à reprodução das hierarquias de gênero e à manutenção de uma
ordem social desigual.
Um dos conceitos centrais da obra – que se apoia nos campos da antropologia, da
psicanálise e dos direitos humanos – é o entendimento do estupro como “mandato”, um
mecanismo estruturante do patriarcado que opera para reafirmar o controle sobre os corpos
femininos. A violência se impõe, assim, como um elemento sistemático, essencial para
preservar a economia simbólica de poder, que conta com a cumplicidade de instituições,
normas culturais e práticas cotidianas que naturalizam e perpetuam o domínio masculino.
Já publicado em diversos países, onde se tornou referência, o livro defende que somente a
partir de uma reforma da intimidade será possível desmantelar a escalada da violência,
desde suas manifestações domésticas até os níveis globais. Para isso, Rita Segato aponta a
importância do papel da comunicação como motor de mudança das relações sociais pela
sua eficácia simbólica, e dos direitos humanos, que ao estabelecer normas morais para toda
a sociedade e dar nome às queixas e aos desejos coletivos cumprem um papel pedagógico e
transformador.
Código: |
L004-9786585984386 |
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Autor |
Rita Segato |
Editora |
BAZAR DO TEMPO |
Idioma |
PORTUGUÊS |
Encadernação |
Brochura |
Páginas |
360 |
Ano de edição |
2025 |
Número de edição |
1 |