Escritas do corpo na psicose é o resultado de uma investigação sobre a relação do sujeito com o corpo, em especial na clínica da psicose que, em decorrência do mecanismo da foraclusão que marca essa estrutura, não é regido por uma norma fálica, sendo problemática a construção da ficção de um corpo próprio. Examina-se a hipótese de que as práticas corporais na psicose são tentativas do sujeito de inscrever um corpo, correlativas às tentativas de estabilização. Para isso, percorre-se as concepções de corpo, bem como o funcionamento da estrutura da psicose na obra de Sigmund Freud e Jacques Lacan. As práticas corporais como tentativas de fazer marcas diferenciam-se quanto à sua complexidade, desde os cortes à criação artística, mas têm em comum a urgência de uma escrita pulsional, que "não pára de não se escrever" (LACAN, 1985/1972-1973, p.127). Verifica-se que o sinthoma é a forma princeps de suplência simbólica, que, por meio da arte, poderá dar um suporte simbólico ao corpo. A perspectiva oferecida pela concepção lacaniana de sinthoma transforma o psicótico em um artesão, que, por meio de um artifício, poderá inventar aquilo que produzirá uma estabilização. Mediante o conceito de "corpo dançante", de Didier-Weill (1979; 1999; 2012; 2014), analisa-se o caso do bailarino Nijinsky para que se discuta o possível alcance da criação artística para a psicose. Conclui-se que a criação artística poderá ser uma saída de mestre, na qual o psicótico poderá fazer mestria de sua arte e, juntamente a ela, inventar uma nomeação para si, assim como um lugar no discurso que poderá fazer laço social. Assim, o trabalho permanente encontrado na psicose constitui-se em uma possibilidade de entrada do discurso analítico. Se há um trabalho do lado do analista com relação à psicose, é no acolhimento dessas tentativas de inscrição, como escritas da psicose.
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| Autor | Doris Rinaldi |
| Editora | APPRIS |
| Idioma | PORTUGUÊS |
| Encadernação | Brochura |
| Páginas | 205 |
| Ano de edição | 2020 |
| Número de edição | 1 |

