Este livro analisa as transformações promovidas no ensino profissionalizante pelo Decreto nº 2.208/97, que desvinculou o ensino técnico do segundo grau. Tais modificações são vistas como um processo de ajuste da educação nacional à "nova ordem" mundial, determinado pelas inovações no modo de produção, que se globalizou e consolidou o neoliberalismo como ideologia hegemônica.
Dentre os objetivos perseguidos por esse estudo destacam-se a identificação das forças sociais que se movimentaram no momento de elaboração da propositura e suas eventuais consequências. A finalidade principal, entretanto, é a de verificar se o modelo atual de ensino técnico privilegia ou não a formação de cidadãos. Nesse sentido, analisando as diferentes conotações que o termo cidadania adquiriu historicamente, forjou-se um conceito de cidadania, para funcionar como instrumental de análise do Decreto nº 2.208/97, tendo sido adotado como referencial teórico o pensamento de Antonio Gramsci.
O comprometimento do Governo com as imposições dos organismos financeiros internacionais apresentado por Marcos Martins, juntamente com a afirmação de que essa opção por um modelo de educação conservador e reprodutor nega a formação de cidadãos.