Francisco Alvim, que tranqüilamente instalou-se no primeiro plano da literatura brasileira contemporânea, tem formas variadas de compor poesia. Uma delas é escrever "como se houvesse um microfone circulando", para usar a imagem de Roberto Schwarz. Nesta coletânea, por exemplo, um dos poemas intitula-se "Negócio" e seu único verso é este: "Depois a gente acerta". Um outro, "Debate", tem quatro versos: "eu quis colocar esse tipo de coisa/ mas então pensei/ mas meu deus do céu/ aí ele disse". Em "Mesmo?", são duas afirmações: "Vou ali/ Volto já".Todos eles parecem poemas sem autoria; criam temas, cenas e personagens, mas dão a impressão de que não foram pensados por ninguém, de que foram escritos pela própria língua portuguesa falada no Brasil. Com suas muita variantes, esse efeito de intimidade plena com a língua marca a alta poesia de Francisco Alvim, que o tempo todo nos faz ver, limpidamente, o sentido dos últimos versos de seu poema "Ventura": "Aventura humana e dura: a nenhuma aventura".
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Autor |
Francisco Alvim |
Editora |
COMPANHIA DAS LETRAS |
Idioma |
PORTUGUÊS |
Encadernação |
Brochura |
Páginas |
152 |
Ano de edição |
2000 |
Número de edição |
1 |