Honra-me escrever sobre o livro “Ser ou não ser pedagogo (a)? Incerteza na escolha da profissão à luz do pensamento sistêmico e junguiano”, no qual a autora possibilita aos seus leitores um olhar sobre a Pedagogia e seu complexo processo de formação numa sociedade que transita entre conflitos e câmbios de valores. Acredito que cada produção é um avanço no sentido de mergulhos teóricos para reflexões acerca de práticas pedagógicas e de vida. A autora tem o mérito de uma obra original, de tessitura reflexiva que nos faz mergulhar nestas páginas às quais deverei voltar muitas vezes como quem volta a uma cachoeira para desfrutar de todas as suas quedas e energias. A primeira sensação é a de uma obra que trata de uma busca, de uma construção de repensar as motivações daqueles que escolhem o Curso de Pedagogia. A segunda é que este texto promova uma nova visita para pensar a trajetória da implantação, operacionalização de um curso envolvendo muito mais que a prática docente e seus dispositivos técnicos para o ensino, mas a prática de vida pensando a pessoa, suas falas, energias simbolizadas pela ‘flor de lótus’ e toda representatividade da vida que imergindo na hermenêutica em suas ricas possibilidades de percepção do ser no mundo com o outro. É como se a autora procurasse destacar o cotidiano, o vivido e vivenciado no chão da escola e da vida, nos convidando para o aprendizado do olhar sensível. O livro é uma abertura desse horizonte.