Neste livro, precioso para o leitor brasileiro que se interessa por questões de alfabetização, leitura e escrita – pesquisadores, formadores de professores, estudiosos da História da Educação, profissionais que atuam nas escolas –, a autora realiza magistralmente a necessária, mas difícil, articulação entre teorias e práticas, entre a história passada e o presente em construção, entre a pesquisa e o cotidiano escolar. Ainda que partindo da realidade educacional francesa, e talvez exatamente por nos confrontar com essa outra realidade, a obra ilumina nossos problemas brasileiros, ora pelas semelhanças, em que nos reconhecemos, ora pelas diferenças, que, despertando em nós a estranheza de que falam os antropólogos, nos permitem ver com outros olhos e melhor compreender, pelos contrastes, a nossa escola e o nosso ensino da língua escrita. Um livro que muito enriquece e renova significativamente a bibliografia brasileira sobre práticas de leitura e escrita no processo de escolarização.