Uma pessoa para diante de uma instalação com grandes ou pequeníssimos objetos, vê-se assistindo a uma performance de uma artista que passa o dia sentada na cadeira, imóvel e muda, diante de outras pessoas que se sucedem de dois em dois minutos sentadas na cadeira de fronte. Então, passa numa sala com néons e entra numa outra onde assiste a uma sessão de dez minutos de videoarte.
Sai dessa experiência achando que arte contemporânea não é para ela, não está no seu espectro de entendimento. Mas quer entender por que aquilo tudo é visto como arte.
Olhar Contemporâneo é o resultado de uma ampla pesquisa-experiência de seu autor, João Correia, na busca do entendimento dessa arte que nos parece tão hermética, exclusiva e inatingível. Um método desenvolvido para que as pessoas, reunidas e interagindo entre si através de questionamentos sucessivos, habilitem-se a olhar criticamente o que está sendo visto, a fazer conexões, a criar um repertório de imagens e experiências e, com esse ferramental criar um entendimento da obra que se apresenta à sua frente.
Ensina que a arte contemporânea é a arte da experienciação radical em que cada pessoa que a ela exposta constrói a sua compreensão pessoal e a desenvolve pelo compartilhamento de sensações e interpretações com outros.
Por meio de uma abordagem questionadora, inspirada no trabalho de educadores e intelectuais como Michael Sandel, Boaventura de Sousa Santos, Paulo Freire, bell hooks e Ana Mae Barbosa, o autor nos apresenta a arte como um agente de percepção, de apreensão seja do sentido da obra de arte, seja da realidade que nos cerca.

QUARTA-CAPA
“O que é arte? O que é o contemporâneo?
Partindo de uma abordagem original em sua aplicação, inspirada no trabalho de educadores e intelectuais como Michael Sandel, Boaventura de Sousa Santos, Paulo Freire, bell hooks e Ana Mae Barbosa, João Correia constrói em Olhar Contemporâneo uma metodologia que propicie
a cada pessoa participante a habilidade de olhar e questionar o que está sendo visto, de aprender a fazer conexões, uma habilidade transversal que pode ser desenvolvida e aplicada em vários aspectos da vida.
Afinal, a arte contemporânea é a nossa arte, a arte do nosso tempo, e entendê-la é também estar mais próximo de entender as complexidades do mundo de hoje. Pois, como diz o autor, “ser contemporâneo é para ontem!”

COLEÇÃO PERSPECTIVAS EM CENA
A coleção Perspectivas em Cena traz estudos ligados à pedagogia do teatro, educação, treinamento corporal.

DA CAPA
Imagem da capa: montagem a partir de detalhe de Beam Drop, instalação no Instituto Cultural Inhotim de Chris Burden, 2010.