Diante do contexto exposto, fio condutor das análises elaboradas neste livro parte de um pressuposto simples: Se a escola busca se constituir numa instituição verdadeiramente democrática não basta buscar respostas aos motivos dos conflitos produzidos no espaço escolar, tendo somente o seu interior como referência, considerando como causa simplesmente questões metodológicas e particularidades da ação educativa. Mas antes de tudo, e sobretudo, partindo do entendimento que a escola e o mundo escolar se constituem de uma construção social e que o entendimento da problemática em relação às dificuldades de se construir uma intercessão entre o mundo social e o escolar pode se encontrar na próprio arcabouço institucional da escola, na sua construção epistemológica. Entende-se que o espaço da escola é constituído de alguns elementos básicos que transcendem questões metodológicas e a própria ação educativa direta, como é o caso de interpretações epistemológicas de ciência, saber, verdade, os quais se materializam nas normas e regras do espaço escolar, como é o caso da noção de verdade utilizado pela escola, o padrão de referência do comportamento humano, o cumprimento do horário, o cumprimento de tarefas etc.