O Brasil espera há duzentos anos por este livro. Em meio a tudo o que faltou e ainda falta para consumar a independência plena do país, inaugurada no plano político formal em 1822 pelo “grito do Ipiranga”, a consciência de nossos direitos linguísticos é talvez a falha mais importante no campo cultural, além de ser uma das mais evidentes no dia a dia da população.
Esta Gramática de Vieira e Faraco se debruça sobre a língua majoritária que se escreve no Brasil da vida real, isto é, a língua brasileira — ou portuguesa brasileira, conforme a preferência do freguês, embora o nome não importe tanto. O que se encontra nestas páginas é uma espécie de súmula, síntese do saber acumulado ao longo de décadas em estudos sistemáticos, no campo da linguística, da sociolinguística e da gramática normativa séria, sobre um idioma estruturalmente diferente do português europeu.
Trata-se de organizar algo que tais estudos, ora mais interessados em descrever do que em prescrever, ora mais dedicados ao detalhe do que ao todo, costumam deixar de lado: a fixação das linhas gerais de uma norma-padrão condizente com a língua que os brasileiros de alta escolaridade praticam em textos formais, monitorados, sobretudo na imprensa e na academia.
Eis o que, paradoxalmente, torna esta Gramática revolucionária: o fato de apresentar, numa linguagem serena que se poderia chamar de conservadora, voltada para o ensino, uma normatividade lúcida e realista. Seus quatro guias normativos — de regência verbal, regência nominal, concordância verbal e colocação pronominal — são tão preciosos quanto sua ênfase minuciosa na consciência sintática como condição indispensável à boa escrita.
(Sérgio Rodrigues, jornalista).
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Autor |
Francisco Vieira |
Editora |
PARÁBOLA EDITORIAL |
Idioma |
PORTUGUÊS |
Encadernação |
Brochura |
Páginas |
360 |
Ano de edição |
2023 |
Número de edição |
1 |