A discussão a respeito da reformulação do curso de pedagogia, apesar de contínua nas últimas décadas, não tem chegado a resultados conclusivos. Apesar disso e a despeito das divergências que possam haver no plano epistemológico acerca da pedagogia, a manutenção do curso tem sido justificada pelo argumento da especificidade de seu campo de estudos. Porém, se essa é a posição predominante nas discussões a respeito da reorganização do sistema de formação de educadores no Brasil, quando se trata de definir as funções do pedagogo a ser formado, um antigo impasse emerge, recolocando-se, então, a polemica sobre a identidade do curso. Quando se pensa tê-lo resolvido e tenta-se adequar a estrutura do curso às funções que ele presumivelmente deverá atender, o impasse ressurge e a polêmica se restabelece. Este livro nasceu da preocupação com essa situação. Seu objetivo, ao retomar o desenvolvimento do curso de pedagogia no Brasil, é o de demonstrar que sua história é a história da questão de sua identidade. Ao apresentá-la através da análise das regulamentações do curso, bem como das principais propostas produzidas no interior do movimento visando sua reformulação , espera-se oferecer os elementos que contenham o germe da superação desse antigo problema. Trata-se, portanto, de um trabalho que pode interessar não apenas aos pesquisadores e demais envolvidos com a discussão a seu respeito, mas também aos estudantes do curso e pedagogos em geral.