Multiplicar-se, extravasar-se, transbordar-se... Como se jogar no mundo da escrita sem inventar um fio de Ariadne que possa dar sentido ao vivido? Como não ter uma linha molar que possa costurar os retalhos de nossos ideais, sonhos, desejos e expectativas? A proposta deste livro decorre da produção do desejo de escrever sobre alguns fios de memória enredados em diferentes processos de subjetivação que insurgem como territórios existenciais, constituindo-nos na imanência de uma vida. Ao afirmar que escrever não tem outra função a não ser se instituir como fluxo que se conjuga com outros fluxos, Deleuze nos dá pistas para não fazer da escrita algo pessoal, algo que torne a vida um segredo a ser revelado com o ato de escrever, e que não teria outro fim que não a própria escrita. Pelo contrário, a ideia é pensar a escrita como exercício de abertura para o mundo e saída de si. Se entendemos que nossos textos são sempre provisórios, não seria interessante voltar a esses textos, movidos pelo desejo de intervir neles com outras escritas, produzindo escritas sobre escritas? Velhas-novas-outras escritas enredadas por múltiplos sentidos produzidos no próprio ato-movimento da escrita? Escritas em expansão que possam atualizar virtuais e potencializar o inacabamento, a efemeridade e a fugacidade do próprio texto, de modo a corromper seu status de autoria-objetividade-verdade-neutralidade-autoridade? Foi essa a força-motivação para a produção deste livro.
Código: |
L004-9786555787054 |
Código de barras: |
9786555787054 |
Peso (kg): |
0,630 |
Altura (cm): |
23,00 |
Largura (cm): |
16,00 |
Espessura (cm): |
3,20 |
Autor |
Carlos Eduardo Ferraço |
Editora |
CRV |
Idioma |
PORTUGUÊS |
Encadernação |
Brochura |
Páginas |
376 |
Ano de edição |
2020 |
Número de edição |
1 |