Em Condenados corpos negros e outros poemas, o leitor encontrará o sentimento de repulsa e indignação gerada pela barbárie da escravização que marcou profundamente a população afro-brasileira. População cujas dores nasceram nos distantes entrepostos em que se comercializava a pele negra para ser escravizada e atender à cobiça de um sistema que se pautava pela desumanização dos corpos africanos. Corpos que percorreram o mar azul em tumbeiros mofados, que exalavam odor de sangue e jorravam lágrimas, que tingiam de vermelho e cinza os dias e as noites do Atlântico. Nos porões tumbeiros, os únicos sons eram das correntes e chibatas que marcavam a carne negra. E são essas marcas psíquicas e físicas que se perpetuam por séculos nos corpos negros segregados e estigmatizados por essa terra que insiste em criar muros e manter a invisibilidade da pele negra sem se envergonhar. Mas no decorrer dos séculos, os corpos negros criaram, reinventaram e construíram expressões artísticas, saberes e manifestações religiosas, como instrumentos de resistência à escravização, ao racismo e à segregação. E é desse universo de preconceito e resistência que os poemas desta obra tratam, dando visibilidade às dores e às lutas de homens e mulheres de ancestralidade africana que não encontraram o reconhecimento e a acolhida merecida. Aqui, o leitor encontrará um olhar poético que não compactua com a ideia de uma "democracia racial" e destaca a ideia de valas/senzalas.
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Autor |
Antonio Carlos Lopes Petean |
Editora |
ARTERA |
Idioma |
PORTUGUÊS |
Encadernação |
Brochura |
Páginas |
93 |
Ano de edição |
2020 |
Número de edição |
1 |