Tempo e espaço de fruição, para uns, e recomposição, para outros, os recreios têm uma trajetória histórica como todos os demais dispositivos escolares. Logo, não é um dado, um fato, uma coisa, nada ali é natural. Antes, trata-se de uma prática que fomentou outras práticas, dando outra feição à escola e a emprestando-a uma nova dinâmica. Só por isso, o livro de Sidmar dos Santos Meurer já é uma contribuição das mais relevantes para o estudo da escola, independentemente mas também por isso de fundamentar-se nos mais rigorosos procedimentos da pesquisa histórica. Há vida e movimento nas escolas, e a compreensão da trajetória histórica da invenção dos recreios escolares é expressão disso. Partindo de uma ampla gama documental, o autor apresenta, gradativamente, as múltiplas motivações que permitiram o surgimento dos recreios. Desde a iniciativa isolada de alguns professores primários preocupados com o desgaste mental dos alunos, passando pela reivindicação da sua necessidade por grupos de professores e autoridades públicas, até a sua formalização e legalização no interior das escolas. O recreio se converteu, assim, em um dispositivo curricular por excelência. Mais: a sua análise em chave histórica mostra um movimento de formalização, racionalização e legalização de algumas iniciativas de professores primários. Logo, parece confirmar que a escola está longe de ser um lugar inercial. Ao contrário, se ela não se estrutura como gostariam alguns acadêmicos universitários, ou muitos burocratas da política, é porque pouco se compreendeu a experiência que banha o universo da escolarização. Experiência que o autor põe em relevo neste seu livro de estreia.
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L004-9788547316372 |
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Autor |
Sidmar dos Santos Meurer |
Editora |
APPRIS |
Idioma |
PORTUGUÊS |
Encadernação |
Brochura |
Páginas |
211 |
Ano de edição |
2018 |
Número de edição |
1 |