Nesta admirável coleção de ensaios, Fabio Akcelrud Durão coloca a questão da diferença entre arte e não arte, insistindo na distinção entre texto e obra. Não muito tempo atrás, essa teria sido quase universalmente considerada uma posição cultural, e, por implicação, socialmente conservadora; não muito antes disso, teria havido alguma verdade em tal acusação. Do texto à obra mostra enfaticamente que esse não é mais o caso. Em uma época caracterizada pela “superprodução semiótica” de uma indústria cultural diversificada e ubíqua, a reivindicação de uma arte da vida comum, outrora radical, muda de valência, transformando-se em uma afirmação complacente de que toda cultura é comercial. Do texto à obra insiste na urgência de um engajamento com a especificidade como um contrapeso à mercadorização da vida social. A arte – em um sentido muito antigo, a noção de uma forma orgânica autárquica como teorizada entre Schiller e Hegel no rastro pós-kantiano – não aparece como um conceito entre outros, mas como o polo contrário, o horizonte negativo, da universalidade do mercado: um “corpo estranho” em uma sociedade que de outro modo não seria senão uma “imensa coleção de mercadorias”. Nicholas Brown University of Illinois, Chicago.
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Autor |
Fabio Akcelrud Durão |
Editora |
APPRIS |
Idioma |
PORTUGUÊS |
Encadernação |
Brochura |
Páginas |
191 |
Ano de edição |
2019 |
Número de edição |
1 |