A história do Teatro no Brasil aponta, desde cedo, nomes de mulheres: são quase sempre atrizes, conhecidas por sua notável atuação nos palcos e, por vezes, na própria vida teatral brasileira, como é o caso, por exemplo, de Cacilda Becker. Ao contrário, nossa Literatura Dramática só conta, no passado, com raríssimos nomes de autoras teatrais. A obra que eventualmente produziram apresenta um acentuado caráter esporádico e talvez só tenha deixado tênues marcas em nosso desenvolvimento cultural: de modo geral, estreadas uma ou duas peças, o nome de suas criadoras desaparecia de nossos palcos. Dos fins da década de 60 em diante, porém, haverá uma considerável transformação nesse panorama secular. Por razões e causas tanto históricas quanto sociais e culturais, uma plêiade significativa de escritoras, quase-uma-geração (Renata Pallottini, Hilda Hilst, Leilah Assunção, Consuelo de Castro, Isabel Câmara, Maria Adelaide Amaral), volta-se primordialmente para o teatro e, acompanhada atentamente pela crítica e pelo público, passa a participar de forma constante e regular, com uma obra de qualidade, que se mostrou inquestionável para a ampliação e o enriquecimento de nossa produção dramatúrgica. A mulher já não está apenas presente no palco ou na platéia, mas é um dos fundamentos da arte do teatro. Abriu-se assim um novo e importante espaço público para a atuação feminina no Brasil, que é o de Um Teatro da Mulher. E ao seu analisar as suas autoras e obras, Elza Cunha de Vincenzo descerra em seu estudo, com as feições artísticas e intelectuais de cada uma das componentes deste grupo de dramaturgas, o espaço em que se apresenta, como conjunto, a sua visão de mundo, específica e diferente: a da mulher e, de modo particular, a da mulher de nosso tempo
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Autor |
Elza Cunha de Vicenzo |
Editora |
PERSPECTIVA |
Idioma |
PORTUGUÊS |
Encadernação |
Brochura |
Páginas |
320 |
Ano de edição |
1992 |
Número de edição |
1 |