Desde que a Lei 12.711 foi aprovada e sancionada, em 2012, a cara da universidade brasileira mudou. O percentual de negros, pardos e indígenas nas instituições federais de ensino superou a metade das vagas, criando novas perspectivas de vida para uma população historicamente marginalizada. As páginas de Vidas Inteiras saem dos números para mergulhar nas histórias de pessoas que tiveram a trajetória impactada pela política pública. Ao lado dessas narrativas, contamos também sobre as décadas de luta do movimento negro para conquistar a primeira política reparatória significativa após séculos de escravidão. As histórias conectam lugares distantes entre si, como o Quilombo do Umarizal, a cinco horas de Belém (PA), o Alto do Vera Cruz, comunidade de Belo Horizonte (MG), o subúrbio ferroviário de Salvador (BA) e Sobradinho 2, localidade nascida de ocupações nas cidades-satélites do Distrito Federal. São vidas inteiras transformadas pelo acesso à universidade pública e que seguem na luta para que esse direito se mantenha.