Nos centros urbanos das cidades brasileiras, é comum o convívio com grupos sociais em condições de extrema pobreza, como é o caso de moradores de rua e/ou pessoas pedindo ajuda ou exercendo atividades não formais para sobreviver. Esse universo constitui uma tipicidade do modelo urbano brasileiro e, portanto interpretado como uma situação “normal”. Trata-se de um universo cuja explicação teórica mostra-se complexa. A complexidade na compreensão deste universo se expressa a partir da própria explicação que se dá em relação às razões e os significados desta condição social. Essas explicações desencontradas sobre o fenômeno analisado constituiu-se um elemento que chamou a atenção para o objeto de investigação cujas informações são analisadas neste livro. Se por um lado essa realidade social apresenta-se como sendo “normal”, por outro, as explicações e as particularidades que derivam dela são multifacetárias expressas nas reportagens jornalísticas, nas conclusões ligeiras de pesquisas acadêmicas, no estigma do olhar do senso comum, etc.