• Mulheres cerradeiras

Mulheres cerradeiras: conhecimentos, tradições e resistências circunscreve-se dentro de uma proposta de investigação, cuja principal inquietação foi analisar como as mulheres que vivem no e do cerrado praticam em seu cotidiano saberes e fazeres elaborados na tradição cerradeira, no contexto de luta pela terra e afirmação identitária, buscando refletir sobre a resistência desses conhecimentos diante da expansão capitalista.
A obra se propõe a acompanhar mulheres com vivências, interesses, experiências e relacionamento estreito com o cerrado e que, mesmo expropriadas de suas terras, ainda desempenham e se relacionam com práticas cerradeiras.
É costumeiro que se tenha curiosidade pelos povos das florestas, indígenas, quilombolas, entre outros. Os denominados povos cerradeiros, seus conhecimentos e suas riquezas culturais são componentes da imensa etnodiversidade dos povos brasileiros.
Assim, investigar os saberes e fazeres das mulheres cerradeiras, descrever, compreender e representar suas vivências e sentidos, suas angústias e seus anseios estão descritos neste livro, no qual investigamos, além das práticas cerradeiras, como esses saberes e fazeres resistem à expansão geográfica do capital, uma vez que é uma localidade de intensa atividade agropecuária e tecni¬cação no campo, predomínio de latifúndios e da monocultura.
Embora morando em localidades diferentes, procuramos por mulheres que tiveram suas raízes no meio rural, nasceram e passaram grande parte de suas vidas em contato com elementos do cerrado, suas tradições, as “farturas” e as necessidades que ele pôde proporcionar. Não
tivemos aqui o objetivo de demonstrar destaques em grande escala, mas, sim, elucidar saberes de uma vida inteira, identidades constituídas por meio de suas interações com o cerrado, seus elementos e as crenças criadas em torno dele.
Refletir sobre os saberes e fazeres das mulheres do cerrado, seus cuidados com a terra, a busca por sua soberania e empoderamento, a manutenção de conhecimentos e práticas culturais, ainda que diante do sistema capitalista, fortalece sua relação com o cerrado, divulga a importância desses conhecimentos e promove condições de alcance do empoderamento dessas atrizes, historicamente marginalizadas e reprimidas pela comunidade e pela família tradicionalmente patriarcal.

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Autor Josie Melissa Acelo Agricola
Editora APPRIS
Idioma PORTUGUÊS
Encadernação Brochura
Páginas 136
Ano de edição 2022
Número de edição 1

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