Nossa intenção com esta obra foi oferecer uma discussão sobre as mediações a partir de uma variedade de campos do saber e práticas, trazidas pelos mais destacados intelectuais, pesquisadores de grande relevância nacional e internacional, pois estes ajudaram a construir em suas áreas, o sentido próprio do mediar na sua ação cotidiana de fazer avançar o conhecimento por meio da pesquisa, da prática e da formação de novos pesquisadores. Da semiótica, passando pela antropologia e pela sociologia, atravessando o entendimento de mediação na psicanálise, na cultura digital, no consumo e no direito, as mediações são compreendidas em sua complexidade constitutiva, sem, no entanto, deixar de ter em conta as especificidades de cada campo. Olhares plurais, densos, experientes e comprometidos com o avanço do pensamento, fim último de nossa atuação. Assim, Mediações, perspectivas plurais, tem o privilégio de contar com as reflexões de Lucia Santaella, Roberto DaMatta, Christian Dunker, Nilda Jacks, e Diego Faleck, aos quais agrademos a generosidade do compartilhar de suas ideias, além de contemplar nossa reflexão sobre as mediações no consumo.

No âmbito da Comunicação entendemos mediação como uma possibilidade desafiante de compreensão das realidades, o que pressupõe um estar-entre coisas-sujeitos em interação. Trata-se de um entendimento antropossemiótico, uma vez que pressupõe um agir negocial de intenções na busca de entendimentos, nem sempre atingidos, entre partes em posições lógicas muitas vezes dissonantes e esse agir negocial se dá na linguagem, na ação mediadora do signo. Mediar vai além do interagir e do comum ao contexto da interação, pois nos interesses das partes, predominam lugares prioritários das culturas, valores, práticas não partilhadas com as de sujeitos-coisas de outros contextos, já que estes sujeitos ou estas coisas carregam suas próprias lógicas circunstanciais, sua experiência colateral. Mediar é o caminho para se chegar aos consensos, à união, para manter o equilíbrio, favorecer a comunhão, a empatia. Noutra direção de sentidos, o mediar pode ser desequilibrado, truncado e passar por conflitos, imposições, exclusões e apartações. Tudo isso mostra que mediar é também experienciar. A mediação em si é experimentação e não apenas a relação entre elementos, isto é, vai além do designar o que são tais elementos. Mas, sobretudo, a experiência mediadora é ação, o que leva a considerar o como as coisas acontecem. Ou seja, m ediação como realidade imediata, experiência histórica e espacialmente demarcada, ação contextualizada e hoje, sobretudo, marcada pelos atravessamentos tecnológicos digitais que, na circulação, complexificam suas possibilidades e suas consequências, indo de encontro ao entendimento equivocado de que o digital pressupõe o fim da mediação. Desse modo, nossa intenção com esta obra foi oferecer uma discussão sobre as mediações a partir de uma variedade de campos do saber e práticas, trazidas pelos mais destacados intelectuais, pesquisadores de grande relevância nacional e internacional, pois estes ajudaram a construir em suas áreas, o sentido próprio do mediar na sua ação cotidiana de fazer avançar o conhecimento por meio da pesquisa, da prática e da formação de novos pesquisadores. Da semiótica, passando pela antropologia e pela sociologia, atravessando o entendimento de mediação na psicanálise, na cultura digital, no consumo e no direito, as mediações são compreendidas em sua complexidade constitutiva, sem, no entanto, deixar de ter em conta as especificidades de cada campo. Olhares plurais, densos, experientes e comprometidos com o avanço do pensamento, fim último de nossa atuação. Assim, Mediações, perspectivas plurais, tem o privilégio de contar com as reflexões de Lucia Santaella, Roberto DaMatta, Christian Dunker, Nilda Jacks, e Diego Faleck, aos quais agrademos a generosidade do compartilhar de suas ideias, além de contemplar nossa reflexão sobre as mediações no consumo.