Era uma vez... Talvez eu devesse começar este prefácio contando a linda história de cooperação deste excelente grupo de pesquisa e da minha relação profissional e pessoal com ele e com cada um de seus integrantes. Mas escrever este prefácio, realmente, é muito mais do que contar uma história, porque, neste caso, antecede um livro de qualidade acadêmica e prática, que a narra por si mesmo. Este livro é produto de um evento franco-brasileiro realizado pelos organizadores em Brasília, de 26 a 28 de agosto de 2010, denominado I Congresso Internacional Adolescência e Violência: Perspectivas Clínica, Educacional e Jurídica; II Seminário Internacional sobre Adolescência Clínica e Cultura e III Seminário de Saúde do Adolescente em Conflito com a Lei, que foi um sucesso de público, de adesão e que repercute sempre nas discussões acadêmicas e profissionais daqueles que tiveram a oportunidade de participar dele. Então não vou contar a história do grupo, porque o livro a conta por si mesmo, nas tramas da organização da equipe que o propõe, dos convidados a colaborar e nos conteúdos aqui expressos. Comecemos pelo título que reúne a adolescência a uma das mais temidas formas de expressão de seu contexto: a violência, mas que se acresce de perspectivas interventivas com um caráter positivo e promete esperança. Trabalhar com adolescentes no nosso cotidiano atual não prescinde que estejamos atentos às questões relacionadas com a insegurança, as tragédias do mundo, as dores do cotidiano e, sem sermos hipócritas, com o próprio agir violento dos próprios adolescentes e do mundo com eles, em sua total expressão. Para além do título, apesar da temática preocupante sobre o futuro de nossos adolescentes, a esperança perpassa todo o conteúdo do livro. A cada capítulo, os leitores conquistarão maior entendimento da realidade da adolescência e as diversas perspectivas de abordagem da mesma. Assim que, adolescência e violência sendo parceiras na nossa realidade, neste livro, revelam, afortunadamente, possibilidades de intervenções clínicas para o atendimento e a compreensão nos diversos contextos ecológicos. Mostram, ainda, ações interventivas psicossociais, levando para além da família, dos grupos e para a sociedade como um todo a chance de superação de problemas e de busca de fatores protetivos que garantam o pleno desenvolvimento humano.