• A memória política na época de seu desaparecimento

POUCOS TRABALHOS ABORDAM, com intenção comparativa, a irrupção, os triunfos eleitorais e os experimentos governamentais das forças protofascistas — de claro caráter reacionário, ultraliberal e antidemocrático — no Brasil e na Argentina. O instigante ensaio de Javier Lifschitz é um deles, e o faz com foco nas complexas relações entre memória política, políticas de memória e os sujeitos que constroem e lutam por essas memórias. O autor também investiga as condições materiais, discursivas e subjetivas que possibilitaram a emergência e a permanência das extremas direitas. A tese que sustenta aponta os sérios riscos de apagamento das memórias políticas construídas durante as transições e as democracias pós-ditatoriais, as quais pareciam consolidadas como parte dos consensos políticos daquele período. Um exemplo é a luta por memória, verdade e justiça dos movimentos de direitos humanos diante dos crimes abjetos cometidos pelo terrorismo de Estado. O feroz ataque de Bolsonaro e Milei à própria ideia de direitos humanos, a sistemática desmontagem da políticas públicas existentes por seus governos e os discursos negacionistas revelam não apenas a intenção violenta de impor um manto de esquecimento sobre o “Nunca Mais” e o princípio da não repetição, mas também a pretensão de construir, sobre esse esquecimento, um regime memorial hegemônico. O livro de Javier chega em boa hora para alimentar o debate essencial sobre o que está em jogo e em disputa na atual conjuntura dos dois países.

José María Gómez
Núcleo de Direitos Humanos – PPGD
Professor da PUC-Rio

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Autor Javier Alejandro Lifschitz
Editora MÓRULA EDITORIAL
Idioma PORTUGUÊS
Encadernação Brochura
Páginas 134
Ano de edição 2025
Número de edição 1

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A memória política na época de seu desaparecimento