A leitura de Canto em Marcha permitirá ao leitor vislumbrar uma face dos EUA muito distinta das imagens simplificadas usualmente difundidas deste país e sua história. A autora desafia lugares comuns ao estudar expressões do dissenso político num período em que, imagina-se, o consenso imperou – o pós-guerra e a década de 50. A inovação continua na escolha do veículo desse dissenso: a música, especificamente aquela conhecida como folk, idealizada por folcloristas, mas também pensada e vivida como expressão de projetos e identidades alternativas pelos sujeitos que as criavam e cantavam – trabalhadores, imigrantes, negros, discriminados e excluídos do corpo da nação. A autora mapeia a conformação, mistura e dinâmica de diferentes gêneros - blues, country e especialmente spirituals – por intérpretes, militantes de diferentes grupos de esquerda – com destaque para o Partido Comunista –, sindicatos e produtores da indústria fonográfica – que se associavam e animavam manifestações públicas em diferentes cantos do país ao longo deste período. Embora as lutas operárias e por igualdade de direitos civis e políticos tenham existido antes e se expandido depois, na tão mitificada década de 60, os anos 40 e 50 foram marcados pelo ativismo levado a cabo por organizações nascidas sob a égide da desobediência civil e do pacifismo.
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Autor |
Mariana Oliveira Arantes |
Editora |
ALAMEDA EDITORIAL |
Idioma |
PORTUGUÊS |
Encadernação |
Brochura |
Páginas |
239 |
Ano de edição |
2016 |
Número de edição |
1 |