Quem é que quer estar a beber às 8 da manhã no metro um litro de um líquido verde fluorescente? Eu juro, às vezes vejo coisas logo pela fresca que me revoltam o ser. Logo eu, que sou uma fiel apreciadora de café puro, preto, simples, sem açúcares, leites de amêndoa, amendoim, óleo de côco ou aroma de baunilha das Índias colhida pelos povos sagrados de Mumbai. Mas como observadora curiosa que sou, vejo, absorvo e registo. E que melhor objeto de estudo do que o vórtice de criaturas que é o metro de Nova Iorque? Este livro surge da compilação das crónicas da vida de uma atriz recém mudada para Nova Iorque. Maria J Almeida foi registando semanalmente, a convite do Expresso, pedaços do seu dia-a-dia na cidade dos prédios altos e rolotes de kebab. Desde o choque cultural à saudade, comédia e drama cruzam-se na descoberta de um lugar desconhecido, povoado por mil formas de dizer amor. Não se conta aqui propriamente uma história. Contam-se muitas. Pequenos pedaços dos dias na grande cidade vividos como dita a alma lusa, a 5 horas do outro lado do Atlântico.