É bom recordar lá trás quando, ainda jovem, ganhei um concurso de poesias no ensino fundamental, e o professor-poeta tinha me dito que minha poesia era metafísica, embora eu não compreendesse o que era isso, e acredito que nem ele quando propôs este desafio, imaginando que seria uma frase de efeito e passaria como uma brisa que acaricia nossa face. Não era brisa nenhuma, e se transformou num vento forte da dialética humana ou numa avalanche de ideias e figuras de linguagem. Mesmo que à época tivesse perguntado a mim mesmo: “metafísica? Que bicho é esse?”. Se não fosse a religião, meu contato com o Cristianismo, ter conhecido a Pessoa de Jesus, poderia dizer que a metafísica me salvou. Claro que não! Mas sempre estive ligado a essas áreas do conhecimento, não lia só coisas relacionadas à Astrologia e ao Zodíaco. Iniciei minha leitura com os clássicos temas da literatura brasileira e portuguesa, com livros apresentados no ginásio, que elevou o cabedal do conhecimento, diante de uma série de livros escolares, que se intitulava “Para gostar de ler”, vindo a fazer toda diferença na minha formação. Ainda lembro dos livros “Memórias de um cabo de vassoura”, “Menino do dedo verde”, “O Pequeno Príncipe” e tantos outros. Assim, eu me perguntava se esses autores que escrevem livros dessa natureza não seriam verdadeiros magos das letras. Eu nem imaginava que um dia trafegaria nessa seara lúdica e metafórica, através das minhas poesias, e, futuramente, também na espacialidade da filosofia, teologia, arte e psicanálise.