''Os convertidos são incômodos'', disse Bernanos. Por esse motivo, e alguns outros, adiei por tanto tempo escrever este relato. De fato, é difícil falar de sua conversão sem falar de si, e mais difícil ainda falar de si sem cair na autocomplacência... No entanto, acabei me convencendo de que uma testemunha, mesmo indigna, que saiba a verdade a respeito de um processo tem a obrigação de dizê-la, na esperança de que essa verdade venha a obter por seus próprios méritos a atenção que a testemunha não pode obter pelos seus. Ora, ocorre que, espantosamente, eu sei a verdade sobre a mais disputada das causas e o mais antigo dos processos: Deus existe. Eu o encontrei. Eu o encontrei fortuitamente — diria até: por acaso, se existisse acaso neste tipo de aventura."

Este é o primeiro livro do autor, e o que o alavancou para que se tornasse uma personalidade pública. Após sua inesperada conversão, como um raio fulminante que o tocou quase ao dobrar uma esquina de Paris, André Frossard tornou-se uma verdadeira luz a clarear os caminhos, tanto de cristãos como de ateus e agnósticos, de volta para a vida espiritual. Com este seu relato autobiográfico, que é ademais uma peça rara de literatura, o autor é capaz de mostrar-nos a verdade da presença de Deus e a pura gratuidade do seu amor.