• A experiência do cinema de Lucrecia Martel

Neste livro é habitual encontrar críticos que sabiam ver, mas é muito mais raro encontrar um crítico que sabia escutar. E este é um desses casos, porque quando Natalia escreve que “as pessoas são fragmentadas pelo enquadramento – os corpos se insinuam mais do que mostram, tal como os personagem sussurraram mais do que verdadeiramente falam”, lê nesse sussurro uma logica de desejo, das crenças e das classes sociais. E faz com que o leitor perceba como, em um som, podem ser notados diferentes níveis de sentido. Porque, como vemos no livro, “o som é a melhor maneira de compartilhar a percepção de alguém”. Guiando-se no labirinto de Lucrecia Martel só pela massa de sons, a autora analisa a família e o catolicismo, chaves no mundo de Martel. E, de um modo mais inesperado, a influência dos westerns e dos filmes de terror de classe B, o peso das narrativas orais de Salta e o diálogo com a literatura de Horacio Quiroga e Silvina Ocampo. Este livro, de todos os modos, não desfruta somente como crítica de cinema. Também pode ser lido como estudo de critica comparada: não no sentido do que se confronta a filmografia de dois países (Brasil e Argentina), mas em um sentido muito mais profundo. É o olhar de uma brasileira sobre a obra fílmica de uma diretora argentina.

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Autor Natalia Christofoletti Barrenha
Editora ALAMEDA EDITORIAL
Idioma PORTUGUÊS
Encadernação Brochura
Páginas 223
Ano de edição 2013
Número de edição 1

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A experiência do cinema de Lucrecia Martel