“Em que consiste a emancipação feminina? De que serve o direito político para meia dúzia de mulheres, se toda a multidão feminina continua vítima de uma organização social de privilégios e castas em que o homem tomou todas as partes do leão?”
Publicado originalmente em 1932, "Amai e... não vos multipliqueis" é um grito de protesto contra todas as formas de autoridade que oprimiam e oprimem as mulheres: a família, a Igreja, o capitalismo e os governos fascistas — e também o próprio feminismo, o comunismo ou qualquer tentativa de combater uma autoridade colocando outra em seu lugar.
O livro é uma coletânea de artigos que Maria Lacerda de Moura, pioneira do feminismo anarquista, escrevia para o jornal "O Combate". Os textos têm como interlocutores contemporâneos da autora no cenário político da época, à esquerda e à direita, em um Brasil e um mundo tão ou mais polarizados que os de hoje, quando comunistas e integralistas se enfrentavam fisicamente nas praças do país e o fascismo avançava na Europa.
Para contrapor-se à associação entre fascismo, machismo, clero e capitalismo, "Amai e… não vos multipliqueis" defende o amor como via de emancipação, sobretudo para as mulheres: escolher quem amar, poder amar mais de uma pessoa, escolher ser ou não ser mãe eram meios de libertá-las das garras do patriarcado — mais eficazes, segundo a autora, do que a conquista do direito ao voto pelo qual lutavam Bertha Lutz e o movimento sufragista brasileiro.
Com isso, o livro vincula a questão da emancipação feminina à luta pela emancipação do indivíduo no capitalismo industrial, o que o aproxima do feminismo da década de 1960 e abre um amplo espectro de possibilidades de diálogo com o feminismo atual.
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L004-9786599012297 |
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Autor |
Maria Lacerda de Moura |
Editora |
CHÃO EDITORA |
Idioma |
PORTUGUÊS |
Encadernação |
Brochura |
Páginas |
328 |
Ano de edição |
2022 |
Número de edição |
1 |