Reunindo ministros de Estado, como o então ministro de Desburocratização, Paulo Lustosa, e o ministro da Justiça, Fernando Lyra, o procurador-geral da República, José Paulo Sepúlveda Pertence, o reitor da Universidade de Brasília, o professor Cristóvam Buarque, professores, sociólogos, líderes sindicais, o Departamento de Sociologia da UnB realizou o primeiro seminário sobre A Universidade Brasileira e a Constituinte, de novembro a dezembro de 1985. O objetivo foi o de abrir o debate sobre as transformações em curso na universidade brasileira e a possibilidade de que essas e outras futuras mudanças possam estar incluídas no texto constitucional a ser elaborado pela Assembleia Nacional Constituinte. Busca-se o modelo de universidade ideal que a futura Constituição poderá refletir. Buscam-se, igualmente, as condições ideias para a retomada de pesquisa pelas universidades brasileiras. Neste debate, o papel da universidade em relação ao resgate do ensino público gratuito é tema em destaque. No seminário, destacaram-se também temas como autonomia e democratização para o ensino superior no Brasil. No campo da autonomia, um dos fatores básicos é o de devolver à universidade a autonomia financeira, dar à universidade um maior grau de liberdade de administração dos seus próprios recursos. O seminário destacou igualmente a necessidade de autonomia curricular e da autonomia para a escolha dos dirigentes. Quanto à democratização do ensino, a tese defendida é a de que esta democratização começa peço próprio sistema de escolha dos estudantes, pelas transformações do atual sistema de vestibular para ingresso na universidade, e se amplia pela discussão em torno de como o saber deve e pode ser produzido e transmitido a diferentes segmentos sociais. Todas estas ideias, debatidas durante o seminário A Universidade Brasileira e a Constituinte, são agora publicadas em forma de livro, onde se respeitou integralmente o espírito dos debates, as formas livres de colocação das ideias. Uma leitura que interessa principalmente a todos os que se preocupam com o futuro do ensino superior no Brasil.