• A teoria da nominação na obra de Jacques Lacan

Inserida a psicanálise como saber indispensável para pensar o homem contemporâneo, J. Lacan participa, tendo a filosofia, a antropologia e a matemática como interlocutoras, de um debate arguto no esforço de formalização lógica da incidência do inconsciente na cena do mundo. Dos aforismos aos matemas, a tomada de letras para explicitar a gramática das operações que conjugam Real, Simbólico e Imaginário, conduzem a uma teorização sofisticada acerca da colaboração do saber psicanalítico nesse debate. O uso de objetos topológicos favorece sua consolidação e a mostração, permitida pela teoria dos nós, faz do real uma evidência inquestionável das intensidades e indeterminações que se incluem como necessárias no campo das configurações pulsionais e discursivas que enredam corpos e significantes. Ora, se há uma teoria da nominação no registro dessa transmissão, ela se materializa como corolária a esse movimento interno das formulações lacanianas. Nessa direção, o ensejo que deu causa a esse livro partiu de uma rigorosa e sistemática pesquisa por esse traçado. Perseguiu passo a passo todas as referências à nominação nos seminários orais estabelecidos como obra de J. Lacan, partindo do Seminário 2 até o Seminário 23. Interpretamos e comentamos cada proposição, em um esforço de elucidação de sua teoria do nome, central na gramática psicanalítica. Do nome como tempo da coisa ao nome como índice do gozo, do traço unário ao uniano, das figuras não euclidianas da topologia das superfícies à topologia borromeana, verificamos que a nominação implica em uma significação que, se escapa ao sentido e à substância, delimita pelo campo vazio a margem por onde se constitui o nome próprio. Fundamental às análises contemporâneas sobre o sujeito e a civilização, a teoria da nominação funda a condição de possibilidade de avanços teóricos e clínicos no campo psicanalítico. Também inaugura diálogos na interface com aquelas disciplinas que se dedicam ao exame dos impasses e das transformações do horizonte de nossa época. Afinal, como nos instiga o próprio J. Lacan, que decline da função de psicanalista quem não conseguir alcançar em seu horizonte a subjetividade de sua época, pois como poderia fazer de seu ser o eixo de tantas vidas quem nada soubesse da dialética que o compromete com essas vidas num movimento simbólico? Desafio lançado.

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Autor Andréa Máris Campos Guerra
Editora CRV
Idioma PORTUGUÊS
Encadernação Brochura
Páginas 256
Número de edição 1

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A teoria da nominação na obra de Jacques Lacan