• A moça do internato

Quais eram as perspectivas da mulher na Rússia, na segunda metade do século XIX? Como era retratada a mulher na literatura russa naquela época? E, sobretudo, como era essa representação, elaborada por uma escritora? Em sua novela "A moça do internato" (1861), Nadiêjda Khvoschínskaia traça uma imagem histórico-sócio-cultural da Rússia de então, que passava por mudanças significativas, recriando em sua narrativa a tensão entre o espaço delimitado pela sociedade patriarcal e suas convenções para a mulher - a educação (formal ou doméstica) para se submeter, a casa ou o campo, o casamento - e a promissora transformação da personagem feminina, tanto a ficcional e sua parte na História, rumo à insurgência em busca da emancipação. Em um contexto em que a imposta (pre)dominância masculina na sociedade e na literatura cerceava mulheres de se sobressaírem, e, mesmo entre os "progressistas", criavam-se verdadeiros tratados sobre a mulher sem lhe dar espaço real, enquanto ela pensava, escrevia, criava, lutava, silenciada, Khvoschínskaia antecipa a crítica social em relação à subjugação das mulheres e expõe a possibilidade da mulher que transpõe a ordem vigente e desafia a sociedade patriarcal, construindo, antes de autores russos consagrados, uma personagem que, acima de tudo, traz o potencial de transformação dentro de si. A metamorfose de Liôlienka (protagonista, e, sobretudo, criação artístico-literária de uma mulher), que, no processo de conscientização de sua força transgressora para conquistar a liberdade por si só, mostra sua voz própria, rompendo inclusive com seu vacilante mentor-instrumento, Veretítsin - constitui uma metáfora da luta das mulheres por uma verdadeira emancipação, na prática, ao longos dos séculos.

Código: L004-9788580490534
Código de barras: 9788580490534
Peso (kg): 0,222
Altura (cm): 21,00
Largura (cm): 14,00
Espessura (cm): 1,00
Autor Nadiêjda Khvoshchínskaia
Editora ZOUK
Idioma PORTUGUÊS
Encadernação Brochura
Páginas 168
Ano de edição 2017
Número de edição 1

Escreva um comentário

Você deve acessar ou cadastrar-se para comentar.

A moça do internato