O que experimentamos quando Deus nos fala? Entre tantas coisas por que passamos, como distinguir a voz de Deus em nós e nos acontecimentos da vida? Considerado algo complicado e quase exclusivo de gente preparada e avançada na vida espiritual, o discernimento espiritual e cristão é explicado neste livro de uma maneira direta, amena, clara e atraente. O tom dialogal – que escuta, propõe, questiona ou interpela – contribui para que cada um sinta o que lhe diz respeito.

Pressupondo que está ante leitores não “iniciados” na linguagem inaciana, e possivelmente nem sequer na linguagem da vida espiritual, o autor recorre a imagens que pertencem ao campo de experiências familiares e cotidianas. Segundo ele, é no interagir das realidades de nossa ferida (nossa realidade machucada e vulnerada) e de nosso poço de possibilidades e forças positivas que podemos encontrar a plenitude de nossa personalidade e descobrir o sentido de nossa vida e nossa tarefa na história.

“Parafraseando a imagem do Salmo: ‘A justiça e a paz se beijam, a justiça assoma do céu’ (Sl 85,11), podemos dizer que neste livro a psicologia e a espiritualidade também se beijam, a seriedade e a jovialidade se abraçam e Inácio de Loyola assoma do céu, encantado em escutar suas palavras ao alcance de todos e servindo de bússola para qualquer homem ou mulher que continue a desejar, hoje, buscar e encontrar Deus em todas as coisas”.

(Dolores Aleixandre)